Pesquisar este blog

sábado, 3 de maio de 2014

Bolha Imobiliária Brasileira

Acompanhamos o estouro de Bolhas Imobiliárias nos Estados Unidos, Japão e, com o aquecimento do mercado no Brasil, tem muita gente pregando que aqui também teremos uma bolha, encontramos até economista de renome internacional fazendo essa aposta.
Mas alguns não sabem outros se esqueceram de aspectos muito importantes da economia no Brasil, para esse tipo de análise. Senão vejamos;
Vamos lembrar que o “sonho da casa própria” faz parte da cultura nacional. Viemos de um cenário com grandes problemas na economia, inflação alta, sistema tributário caótica que dificulta ações de crescimento, grandes equívocos nas políticas de incentivo e de exportação, tornou nosso sistema financeiro muito mais robusto e aperfeiçoado do que modelos de países do primeiro mundo.
Os Financiamentos Imobiliários no Brasil são aprovados com um comprometimento de até 30% da renda do mutuário, o que nos leva a ter um baixíssimo índice de inadimplência.
Nossa demanda por moradia é muito elevada e o mercado imobiliário vem se estruturando já a algum tempo como podemos constatar com os seguintes acontecimentos;
-Plano Real que estabilizou a economia e domou a inflação.
-Lei 9.514 em 1997 que estabeleceu a alienação fiduciária para os contratos de financiamento imobiliário, oferecendo maior garantia aos agentes financeiros.
-Lei 10.931 – Patrimônio de Afetação em 2004, que resguarda o direito do consumidor que adquire imóvel na planta.
-Aumento da renda da população brasileira com a inclusão da classe C no mercado de consumo e também no imobiliário.
Essas ações deram maior garantia ao setor e, aliado a uma estabilidade econômica, tivemos um aquecimento no mercado, as construtoras passaram a oferecer opções mais adequadas as necessidades do mercado, os agentes financeiros baixaram os juros e aumentaram o prazo para pagamento, devido a maior garantia e até já foi regulamentada a “portabilidade” nos financiamentos imobiliário que utilizam recursos do FGTS, esse conjunto de ações contribui para aquecer o mercado.
Com o advento da Copa e das Olimpíadas, foram deflagrados programas de infraestrutura nas cidades cedes, como a construção de estádios, vias de acesso, melhoria nos aeroportos, investimentos importantes, necessário e até mesmo  urgentes que estão sendo implantados somente agora.
No caso do Rio de Janeiro, as obras de infraestrutura Viária (BRT), a Refinaria de Itaboraí, o Arco Metropolitano, o Parque Industrial de Itaguaí, o Porto Maravilha, o Plano Diretor da cidade do Rio de Janeiro que está dinamizando os bairros do subúrbio, as UPP’s. Todos esses projetos tem agregado valor a cidade.
Os eventos estão mexendo com toda a economia, como não temos rede hoteleira suficiente para suportar eventos dessa magnitude, a procura por imóveis para aluguel durante os eventos também cresceu bastante.
Os investimentos no setor imobiliário tiveram mais uma alavancada e com isso, surgiram  problemas como falta de mão de obra qualificada, falta de material de acabamento e, consequentemente atrasos na entrega de algumas obras.
Tudo isso é argumento para a especulação sobre a “Bolha”.
Claro que teremos um desaquecimento na busca de imóveis para aluguel após a Copa e a Olimpíada, principalmente nas áreas mais próximas aos locais dos eventos. Mas o déficit habitacional ainda não estará solucionado e por isso a demanda pela casa própria continuará forte.
A expectativa de “bolha” surgiu quando tivemos um grande crescimento no mercado imobiliário, no Brasil todo, em 2010 e uma natural acomodação ou equilíbrio em 2012. Em 2013 ainda tivemos muitos lançamentos que serão entregues em 2016, por isso estamos esperando um ajuste em 2014.
Por outro lado, se o  mercado especulou em imóveis para aluguel por causa dos eventos, hoje temos outras oportunidades no mercado imobiliário, os imóveis compactos que oferecem a opção de moradia próximo ao local de trabalho, com a compra de um imóvel maior e mais confortável fora do grande centro onde a família  passa o  fim de semana.
E assim teremos estratégias diferentes para cada cidade, deixando o mercado ativo, pois imóvel sempre foi e ainda continua sendo a melhor opção de investimento a longo prazo. Veja o que acontece a cada “Feirão de Imóveis” que a CEF realiza, enormes filas com milhares de pessoas tentando viabilizar o sonho da casa própria.
Essa segmentação manterá o mercado aquecido ainda por muito tempo

Por esses motivos, não acredito em Bolha Imobiliária no mercado brasileiro, se falarmos em ajuste/desaceleração, com situações pontuais, faz sentido.