Acompanhamos o estouro de
Bolhas Imobiliárias nos Estados Unidos, Japão e, com o aquecimento do
mercado no Brasil, tem muita gente pregando que aqui também teremos uma bolha, encontramos
até economista de renome internacional fazendo essa aposta.
Mas alguns não sabem
outros se esqueceram de aspectos muito importantes da economia no Brasil, para
esse tipo de análise. Senão vejamos;
Vamos lembrar que o
“sonho da casa própria” faz parte da cultura nacional. Viemos de um cenário com
grandes problemas na economia, inflação alta, sistema tributário caótica que
dificulta ações de crescimento, grandes equívocos nas políticas de incentivo e
de exportação, tornou nosso sistema financeiro muito mais robusto e
aperfeiçoado do que modelos de países do primeiro mundo.
Os Financiamentos
Imobiliários no Brasil são aprovados com um comprometimento de até 30% da renda
do mutuário, o que nos leva a ter um baixíssimo índice de inadimplência.
Nossa demanda por
moradia é muito elevada e o mercado imobiliário vem se estruturando já a algum
tempo como podemos constatar com os seguintes acontecimentos;
-Plano Real que
estabilizou a economia e domou a inflação.
-Lei 9.514 em 1997 que
estabeleceu a alienação fiduciária para os contratos de financiamento
imobiliário, oferecendo maior garantia aos agentes financeiros.
-Lei 10.931 –
Patrimônio de Afetação em 2004, que resguarda o direito do consumidor que
adquire imóvel na planta.
-Aumento da renda da
população brasileira com a inclusão da classe C no mercado de consumo e também
no imobiliário.
Essas ações deram
maior garantia ao setor e, aliado a uma estabilidade econômica, tivemos um aquecimento
no mercado, as construtoras passaram a oferecer opções mais adequadas as necessidades
do mercado, os agentes financeiros baixaram os juros e aumentaram o prazo para
pagamento, devido a maior garantia e até já foi regulamentada a “portabilidade”
nos financiamentos imobiliário que utilizam recursos do FGTS, esse conjunto de
ações contribui para aquecer o mercado.
Com o advento da Copa
e das Olimpíadas, foram deflagrados programas de infraestrutura nas cidades
cedes, como a construção de estádios, vias de acesso, melhoria nos aeroportos,
investimentos importantes, necessário e até mesmo urgentes que estão sendo implantados somente
agora.
No caso do Rio de
Janeiro, as obras de infraestrutura Viária (BRT), a Refinaria de Itaboraí, o Arco
Metropolitano, o Parque Industrial de Itaguaí, o Porto Maravilha, o Plano Diretor
da cidade do Rio de Janeiro que está dinamizando os bairros do subúrbio, as
UPP’s. Todos esses projetos tem agregado valor a cidade.
Os eventos estão
mexendo com toda a economia, como não temos rede hoteleira suficiente para
suportar eventos dessa magnitude, a procura por imóveis para aluguel durante os
eventos também cresceu bastante.
Os investimentos no
setor imobiliário tiveram mais uma alavancada e com isso, surgiram problemas como falta de mão de obra
qualificada, falta de material de acabamento e, consequentemente atrasos na
entrega de algumas obras.
Tudo isso é argumento
para a especulação sobre a “Bolha”.
Claro que teremos um
desaquecimento na busca de imóveis para aluguel após a Copa e
a Olimpíada, principalmente nas áreas mais próximas aos locais dos eventos. Mas
o déficit habitacional ainda não estará solucionado e por isso a demanda pela
casa própria continuará forte.
A expectativa de
“bolha” surgiu quando tivemos um grande crescimento no mercado imobiliário, no
Brasil todo, em 2010 e uma natural acomodação ou equilíbrio em 2012. Em 2013
ainda tivemos muitos lançamentos que serão entregues em 2016, por isso estamos
esperando um ajuste em 2014.
Por outro lado, se
o mercado especulou em imóveis para
aluguel por causa dos eventos, hoje temos outras oportunidades no mercado
imobiliário, os imóveis compactos que oferecem a opção de moradia próximo ao
local de trabalho, com a compra de um imóvel maior e mais confortável fora do
grande centro onde a família passa
o fim de semana.
E assim teremos
estratégias diferentes para cada cidade, deixando o mercado ativo, pois imóvel sempre
foi e ainda continua sendo a melhor opção de investimento a longo prazo. Veja o
que acontece a cada “Feirão de Imóveis” que a CEF realiza, enormes filas com
milhares de pessoas tentando viabilizar o sonho da casa própria.
Essa segmentação
manterá o mercado aquecido ainda por muito tempo
Por esses motivos, não
acredito em Bolha Imobiliária no mercado brasileiro, se falarmos em
ajuste/desaceleração, com situações pontuais, faz sentido.